Uma técnica cirúrgica inédita utilizada pelo cirurgião plástico Cesar Augusto Raposo do Amaral, do Hospital Sobrapar Crânio e Face, de Campinas (SP), pretende revolucionar o tratamento de pacientes com fissuras lábio palatinas. A técnica, apresentada por Rafael Denadai, médico residente do Hospital SOBRAPAR, venceu o prêmio Ivo Pitanguy concedido durante o 53º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, realizado este mês, em Fortaleza (CE), ao concorrer com mais de 500 trabalhos científicos.
“Este prêmio traz para toda a equipe do Hospital SOBRAPAR um grande reconhecimento de todo o esforço na busca do melhor atendimento dos pacientes com fissura lábio palatina e é uma honraria enorme por ser o primeiro prêmio póstumo do Professor Ivo Pitanguy, que foi a base da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica por muitos anos”, diz Cesar Augusto Raposo do Amaral.Alguns pacientes portadores de fissura lábio palatina podem apresentar insuficiência velofaríngea, que ocorre devido a um problema anatômico – a falta de tecido no palato posterior (céu da boca) – impedindo o fechamento completo da porção posterior da faringe durante a fala. “Essa insuficiência aparecerá por meio de uma grave alteração no som da fala dessas pessoas, conhecida como voz fanha ou anasalada.”
No passado, lembra o cirurgião plástico, o tratamento era realizado de diferentes maneiras, com o aumento posterior da faringe ou o retalho faríngeo, porém, neste último, algumas complicações, como ronco e apnéia, podem ocorrer. “Nossa nova técnica utiliza o retalho mio-mucoso de músculo facial chamado bucinador que devolve uma melhor anatomia aos pacientes e evita complicações. Nessa cirurgia, dois retalhos de músculo e mucosa das bochechas são levados ao céu da boca, alongando a porção mole do palato.”
Mesmo com a melhora da parte anatômica após a cirurgia, um tratamento extensivo com a equipe multidisciplinar é necessário, especialmente com a fonoaudiologia. “Mesmo após o sucesso cirúrgico, é muito frequente que os pacientes mantenham o mesmo padrão compensatório de fala, falando como se ainda não tivesse sido feita a cirurgia reconstrutora do céu da boca. Nessa situação, a fonoterapia é essencial para reabilitar a fala. Por meio de treinamentos específicos, orientações aos responsáveis e muitas vezes à escola, a equipe de fonoaudiologia faz com que o paciente comece a articular corretamente, reaprendendo a falar de forma compreensível e dentro dos padrões convencionais, sendo compreendido por todos”, explica a fonoaudióloga do Hospital SOBRAPAR, Anelise Sabbag.
Sobre o Hospital Sobrapar
Ao longo de 37 anos de existência, mais de 300 mil atendimentos e 18 mil cirurgias foram realizados no Hospital SOBRAPAR Crânio e Face, instituição privada, filantrópica, referência no país no tratamento de pacientes com deformidades craniofaciais congênitas ou adquiridas, como sequelas de traumas, tumores ou queimaduras. Os pacientes são principalmente em crianças e adolescentes, vindos de todo o país. O Hospital conta com equipe multidisciplinar que visa à reabilitação global do paciente e sua reintegração à sociedade como um cidadão ativo e participativo.
Fonte: Ana Carolina Silveira - carol@carolsilveira.com.br
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